Oratório “La resurrezione” (HWV 47) de George Frideric Handel
Oratório “La resurrezione” (HWV 47) de George Frideric Handel a partir do Libreto de Carlo Sigismondo Capece, executado a primeira vez no domingo de Páscoa de 1708. Estruturado dentro de um grande volume orquestral, com Timpano e instrumentos de sopros, orquestra de cordas, vários naipes de vozes, coral. Tudo muito bem selecionado de acordo com a intensidade da temática da ária e do personagem da narrativa. Destaca-se pelo caráter de alegria com a ressurreição de Jesus Cristo. A escolha tonalidade é variada de acordo com a intenção literária de cada ária ou recitativo. Predomina o tom de Ré maior nos momentos mais decisivos, sendo o primeiro indício do sentimento de alegria. Dentro de todos os tratados retórico-musicais e escritos da época como J. Mattheson ou Charpentier, esta tonalidade representa alegria, jovialidade, “jubilo após a vitória”(exatamente a temática aqui), principalmente quando aliada a timbres de tímpanos, metais somados ao B.C e cordas. Algumas árias modulam e aparecem no tom de Lá Maior, tom que sugere afetuosidade, alegria no sentido mais emotivo e sublime, indo de encontro ao tema da ária que trata do “dom amado” da ressurreição pelos nossos pecados, narrada pelo soprano que representa Maria Madalena no penúltimo movimento da obra. No último movimento coral , nota-se uma grande sintonia do texto com as teorias de afetos usadas naquela época para o “alegre”. O retorno ao tom de Ré, predominando sempre a consonância, acordes maiores perfeitos, andamento rápido, trinados rápidos e longos que representam alegria segundo Francesco Geminiani em seu tratado sobre afetos de 1749, ocorrendo modulações ao modo menor, que era considerado tenso, mas com rápida volta ao tom original.
